segunda-feira, 23 de agosto de 2010


10 ERROS DE PORTUGUÊS QUE ACABAM COM QUALQUER ENTREVISTA DE EMPREGO
Deixei meu emprego porque houveram algumas dificuldades na empresa em que eu trabalhava
HOUVE dificuldades. Haver, no sentido de existir, é impessoal e não admite flexão. Nunca, em hipótese alguma.
Ela estava meia ameaçada de falência
MEIO ameaçada. Os advérbios são invariáveis. Não têm, portanto, concordância de gênero.
Inclusive o chefe reteu meu último pagamento.
O chefe RETEVE: "reter" deve seguir a conjugação do verbo do qual é derivado, "ter".
Aliás, estudei na mesma faculdade aonde o senhor deu aula.
ONDE o senhor deu aula: aonde (a+ onde) só cabe depois de verbos que indicam movimento. Por exemplo, "fui aonde o senhor me mandou'".
Segue anexo aqui, com meu currículo, dois trabalhos que fiz.
Seguem anexos, porque são dois trabalhos: cuidado com a concordância verbal (seguem dois) e também com a concordância nominal (trabalhos anexos)
Agora, já fazem cinco anos que trabalho nesta área.
Faz cinco anos: quando o verbo "fazer" indica tempo, ele é sempre impessoal – faz um ano, e faz cem anos.
Mas não terminei o curso por causa que decidi seguir outra carreira.
Porque decidi: "por causa que" é mais do que errado – nem sequer existe.
Espero que eu seje aprovado. Preciso de trabalhar.
Dois erros inadmissíveis de uma vez só. O primeiro é a conjugação "seje", que não existe no português. Espero que eu seja aprovado é o correto. O outro erro grave é de regência. "Precisar" é um daqueles verbos cheios de truques: conforme o significado, requer ou dispensa preposição. No sentido de ter necessidade e seguido de verbo no infinitivo, ele não aceita preposição: preciso trabalhar.
Tenho certeza de que , se eu dispor de uma boa equipe poderei trazer mais cliente para a companhia.
Se eu dispuser é o correto. Como no item 3, os verbos derivados de "ter", "vir" e "pôr" não podem ser conjugados de forma regular. Por exemplo: se ele vier, jantaremos. E, se eu intervier, essa briga vai acabar.
Qualquer coisa que passem para mim fazer, eu entrego no prazo.
Para eu fazer: antes de verbo, nunca se usa pronome oblíquo. Só o pessoal é permitido.
(Veja. Ano 43. Nº32. 11 de agosto de 2010)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A ARTE DE CAMINHAR

Desde a antiguidade movimentar o corpo ajuda as pessoas a pensar, tomar decisões e expressar indignação; na literatura artistas e apaixonados são andarilhos

A consciência da necessidade de praticar exercícios físicos é recente. "No começo, era o pé", diz o antropólogo Marvin Harris. O pé, não a mão. A mão nos fez humanos – mas antes de sermos humanos somos parte do reino animal, e o nosso corpo precisa atender às necessidades que os animais enfrentam, entre elas a do deslocamento. O ser humano evoluiu, tronou-se bípede, mas continuou caminhando. E passou a usar a caminhada para outros fins que não o de chegar a um lugar específico: o de buscar determinada coisa. Praticar exercícios físicos é algo relativamente recente, mesmo porque, no passado, o sedentarismo era a exceção antes que a regra; caçadores, agricultores, trabalhadores em geral jamais pensariam nisso. Mas muito cedo o ato de caminhar adquiriu um significado psicológico, simbólico. O protesto político muitas vezes se fez, e ainda se faz, sob a forma de marchas, de caminhadas; foi o caso da Marcha dos 100 Mil (1968), um dos primeiros protestos organizados no Brasil. Os filósofos gregos muitas vezes ensinavam a seus discípulos caminhando. "Levanta-se, toma teu leito e anda", diz o Evangelho (João, 5:8), ou seja, vá em busca de seu destino, de seus objetivos. E Santo Agostinho cunhou uma expressão famosa: Solvitur ambulando, caminhar resolve (os problemas, as dúvidas). Por quê?

No livro Wanderlust: a history of walking (A ânsia de vagar: uma história da caminhada), de 2000, Rebecca Solnit diz que andar permite "conhecer o mundo através do corpo", ou, nas palavras do poeta modernista Wallace Stevens (1879-1955): "Eu sou o mundo no qual caminho". Trata-se, pois, de uma experiência cognitiva, muito necessária nesses tempos em que as pessoas se deslocam, sobretudo utilizando carros, trens, aviões. Mas caminhar também envolve um processo de autoconhecimento, quando não de inspiração. "Os grandes pensamentos resultam da caminhada", diz o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), uma ideia que Raymond Inmon expressa de forma mais poética: "Os anjos sussurram para aqueles que caminham". O escritor francês Anatole France (1844-1924) faz uma comparação interessante: "É bom colecionar coisas, diz ele, mas é melhor caminhar". Porque caminhar também é uma forma de colecionar coisas: as coisas que a gente vê, as coisas que a gente pensa". Esse processo é facilitado pela renovação da paisagem, seja ela rural ou urbana, e pelo próprio automatismo do ato de caminhar. Não é de admirar, portanto, que muitos escritores tenham abordado o tema da caminhada. Foi o caso do filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), figura marcante do Iluminismo francês e precursor do romantismo – os românticos, sobretudo os alemães, eram grandes andarilhos. Em suas Confissões, disse Rousseau: "Só consigo meditar quando caminho. "Minha mente só trabalha junto com minhas pernas". À obra (publicada postumamente) que resume muito de sua biografia e de sua filosofia, Rousseau deu o título de Os devaneios do caminhante solitário (Les rêveries du promeneur solitaire). Os dez capítulos são denominados promenades (caminhadas).

Finalmente, temos um termo analisado tanto pelo poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) como pelo escritor alemão Walter Benjamin (1892-1940). Trata-se de flâneur, que vem do verbo flâner, vagar (em português temos o galicismo flanar). O flâneur, do qual Benjamin era um exemplo, vagava por Paris, observando o que se passava a seu redor, num claro desafio à moral burguesa então vigente, que via isso como vagabundagem. Uma vagabundagem da qual resultaram, contudo, textos admiráveis. Caminhar, como diz o escritor americano contemporâneo Gary Snyder, é a grande aventura.

(Moacyr Scliar)

"Os homens vivem de esquecimentos,

As mulheres de memórias."

(T.S.Eliot, poeta americano)

BOTOX DIMINUI ENXAQUECA

Cientistas do Hospital Universitário de Essen, na Alemanha, descobriram um novo campo de aplicação para a toxina botulínica. Segundo eles, o botox, como é conhecida a substância utilizada em cirurgias plásticas, reduz a quantidade de ataques de dores de cabeça em pessoas que sofrem de enxaqueca crônica. Em um estudo realizado com 1.400 pacientes que sofriam com o problema, o preparado foi invejado na nuca e nos músculos faciais. O neurologista Hans-Christoph Diener, responsável pelo estudo, comparou o efeito da toxina com o de um preparado inócuo aplicado no grupo-controle. Os resultados mostram que o placebo reduziu a quantidade de ataques de enxaqueca no decorrer do tratamento de quatro semanas – apenas a crença em uma possível cura, portanto, já atenuou as dores dos pacientes. No entanto, o botox teve um efeito claramente melhor. No decorrer de seis meses, os pacientes ficaram nove dias a mais, por mês, sem dores.

Há algum tempo, o botox vem se destacando como importante aliado no tratamento de outras doenças, como na diminuição de espasmos e posturas incorretas em determinados distúrbios de movimento. Mais testes estão sendo realizados para demonstrar o quão eficaz a substância pode ser no tratamento de enxaqueca.

(Mente e cérebro. Ano XVII. Nº209)

sábado, 7 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO SENTIMENTAL

Maria Rita Kehl

"Eu era feliz? Não sei. Fui-o outrora, agora." (Fernando Pessoa)

Se o sonho realiza desejos, o que leva alguém a sonhar com períodos difíceis do passado? Na Interpretação dos Sonhos, Freud formula a pergunta apenas para apresentar sua conclusão: "Naqueles tempos duros eu possuía algo melhor que tudo: a juventude." Paradoxal, o desejo de juventude. Só a desejamos depois de perdê-la para sempre.

"Tenho saudade do corpo jovem", diz Caetano, no presente, ao entrevistador do documentário Uma Noite em 1967 que lhe pergunta se tem saudades da época dos Festivais da MPB. "Só sinto falta daquela alegria que vinha do corpo." Caetano é o único que confessa nostalgia. Os outros compositores, entrevistados no filme que estreou em São Paulo na semana passada, não falam com saudades dos festivais da TV Record. "Eu estava apavorado naquela final", revela Gilberto Gil. "Não sei como as câmeras captaram a imagem daquele fantasma que eu era no palco." Chico Buarque, aos 23 anos, sentia-se velho diante dos baianos por conta do smoking careta que tinha alugado para usar no palco. E Edu Lobo, o vencedor da noite, traz lembranças de uma fase angustiada: "Naquele tempo eu vivia preocupado. Não sabia se ia dar certo na carreira de compositor." A tenra idade pesa.

O filme de Ricardo Calil e Renato Terra tem sido bem recebido por quem tem hoje mais de 50 anos. Desperta saudades. E assombro: de onde surgiu aquela espantosa geração de meninos compositores? Como explicar a concentração de poetas e músicos talentosos revelados nos quatro grandes festivais, desde a Excelsior de 1965 até o primeiro da Globo, em 1968? Eles fizeram, mais que qualquer escritor, a educação sentimental da minha geração.

Pena que Uma Noite em 1967 seja um documentário tão preguiçoso. Tendo em mãos o precioso arquivo da última noite do festival daquele ano, os diretores concentraram-se em intercalar as cenas gravadas ao vivo no Teatro Paramount em São Paulo com as entrevistas atuais concedidas por músicos, organizadores e jornalistas presentes na premiação. Faltam informações sobre o evento, como, por exemplo, o nome dos outros finalistas e das outras canções concorrentes. Entre 12 selecionados, o filme concentra-se nos 5 vencedores, mais a cena completa do massacre público de Sérgio Ricardo, politicamente incorretíssimo para os padrões atuais. Não há nenhuma pesquisa sobre os festivais anteriores, sobre o Brasil da época, sobre de onde vieram os vencedores de 67. De que fontes brotaram as águas que explodiram em tamanha fervura?

Mas as imagens da época têm o mérito de revelar como estamos distantes da década de 1960. Tudo era um pouco mais pobre, mais chinfrim, muito mais improvisado e também mais vivo e espontâneo do que o que veio a seguir. A plateia que lotava o teatro além dos limites de segurança era indomável. Os aplausos e principalmente as vaias eram captados por um microfone pendurado pelo fio sobre as cabeças do público. A qualidade do som era sofrível; as canções, os arranjos e a interpretação, empolgantes. Nunca mais a televisão brasileira exibiu uma mistura tão bem-sucedida e tão inesperada de genialidade, diante da qual o espectador contemporâneo nem liga para a precariedade da técnica.

E como os corpos eram diferentes! Todos magérrimos sem nunca ter passado por uma academia. Ombros estreitos, braços finos. Magreza da idade. Quem se importava com isso? A plateia parecia estar ali para fazer política onde ainda não era proibido. Tudo era pretexto para se marcar posição. Tratava-se de apoiar com fervor a melhor " música de festival".

A vencedora Ponteio, de Edu Lobo e Capinam, trouxe a combinação perfeita para empolgar o público. "Era um, era dois, era cem": diante da multidão o violeiro deve dizer logo o que tem pra contar. Chegou seu momento. O tom desafiador, a alegoria sobre "a morte ao redor, mundo inteiro", o desejo de "ver o tempo mudado" – e mais a viola como objeto perdido, evocado pelo "quem me dera agora" do refrão: tudo fazia de Ponteio o meio ideal para promover um gozo estético e político, dentro dos limites tolerados pelo regime e pela direção da TV Record. A vitória de Ponteio parecia a realização do "dia que virá" aqui e agora, transmitida ao vivo pela tevê.

A revelação mais importante do documentário é que, na verdade, nada era tão espontâneo quanto parecia. Assim como a passeata nacionalista contra o uso da guitarra na MPB foi organizada pela própria emissora como estratégia de marketing para promover o festival, o diretor Paulo Machado de Carvalho Filho revela em entrevista que também as vaias e a radicalização da torcida nas finais foram planejados para fazer da disputa um grande acontecimento. Era uma estratégia selvagem de marketing. Nós éramos os figurantes vestidos de leões na arena romana armada pela direção artística da emissora – verdadeiros inocentes úteis da incipiente indústria do espetáculo no Brasil.

Então, a partir de 1968 a TV se profissionalizou e a Globo acabou com a farra. Como se prenunciasse o AI-5, que calou e exilou os melhores artistas, a emissora que viria a se tornar a queridinha dos militares engessou o formato, nos solenes e tediosos Festivais Internacionais da Canção. Que mesmo assim nos deram a belíssima Sabiá. Mas desconfio que Chico e Tom não precisavam do pretexto de nenhum festival para compor a mais bela canção do exílio que o País já mereceu.

O Estado de São Paulo. 17 de agosto de 2010. C2-música

domingo, 1 de agosto de 2010

NOVO LÉXICO - A tecnologia mudou muito o vocabulário – revise o bê-a-bá


A

ABA - Quando, em uma mesma janela do navegador, você abra diversos sites, cada um deles ocupa uma aba.

ANDROID - Sistema operacional do Google para smartphones – como o Windows, só que feito para celulares.

API - É o código que permite que funções de um site possam ser utilizadas por outros aplicativos. Assim você publica no seu blog e o post aparece no Twitter.

APLICATIVO - É o mesmo que programa; executa tarefas de acordo com sua função

B

BAIXAR-   É o verbo em português para o termo download: transferir um arquivo da rede para o seu PC.

BLOG - Antes, quem quisesse ter um site tinha de saber fazer um. O blog mudou isso e deu início à web 2.0.

BLOGGER – pioneiro, popularizou os blogs, ao permitir que qualquer um publicasse seu site.

WORDPRESS – é a ferramenta de publicação de blogs mais usada no mundo.

BROWSER Programa para navegar na web, como Internet Explorer, Firefox, Chrome e Safari.

C

CPU - Central Processing Unit: é o processador central do computador.

CACHE - Quando você usa muitas vezes um programa ou entra no mesmo site, o computador deixa gravado nesta memória partes das tarefas para executá-las mais rapidamente.

COPYRIGHT - Garante que uma obra só pode ser copiada com autorização expressa do autor.

COPYLEFT - É justo o oposto: o autor libera totalmente os direitos da obra.

CREATIVE COMMONS - Nome do conjunto de licença criado pelo advogado Lawrence Lessig, que permite que o autor de uma obra devida como funcionarão os direitos autorais sobre a mesma, tornando-os mais flexíveis.

D

DNS - Domain Name Server . Se o IP é o endereço do computador, o DNS é o nome: próprio do servidor.

DRM - Controle digital de direitos autorais: funciona como uma trava que impede a cópia de arquivos.

DIGG-  Rede social de compartilhamento de notícias e links que indexa quantas recomendações (diggs) cada item teve.

E
EMBEDAR-  Quando você vê um vídeo do You Tube em outro site que não o You Tube, ele foi embedado (ou incorporado).

EXTENSÃO - Também chamados plugins, são programinhas que fazem pequenas tarefas dentro de outros softwares, como navegadores de internet.

F

FACEBOOK - A maior rede social do mundo pode ser, nos próximos anos, tão importante quanto o Google foi nos anteriores. Seu criador, Mark Zuckerberg, é o novo Bill Gates.
FLASH - Linguagem de programação que serve para rodar vídeos e animações na internet.
Desde que a Apple decidiu que seus aparelhos não rodam mais Flash, surgiu a pergunta: qual vai ser a linguagem mais popular para veicular vídeos e animações?

Os concorrentes – Silverlight (Microsoft), Flash (Adobe), JavaFX (Java) e HTML5, evolução natural do HTML.
G

GPS - Sistema de posicionamento global. Localiza o usuário por meio de coordenadas geográficas.

GIF ANIMADO-  O princípio básico da animação (imagens em sequência) compactado em uma única imagem. Funciona quase como um minivídeo.

GOOGLE - Nosso querido Big Brother. Reinventou a web há dez anos, espalhou-se por todas as áreas do mundo digital e até virou verbo.

GEOTAG - É uma etiqueta digital que localiza onde uma foto foi tirada, por exemplo.

GEOLOCALIZAÇÃO - Identificação de posição geográfica do usuário através de GPS ou triangulação de sinal do celular.

H

HTML - A linguagem de programação que inaugurou a web ainda está presente na maioria dos sites.

HDMI-  É a porta de entrada e saída de som e imagem em alta qualidade, comum em aparelhos mais novos.

HD - Você grava os seus arquivos no HD, sigla para disco rígido em inglês.Alguns podem ser vídeos em HD, sigla em inglês para alta definição.

HUB - Aparelho que conecta vários equipamentos entre si.

HOAX-  É o bom e velho boato. Na web, eles ganham vida própria.

I

IPOD - É um tocador de música digital –  MP3 – lançado em 2002 pela Apple. Virou sinônimo de MP3 Player.

IPAD - O tablet da Apple, computador em forma de prancheta, é a vedete do momento.

IM - Programa de mensagem instantânea, ou bate-papo em tempo real (MSN, Gtalk e Skype).

J

JAVASCRIPT-  Linguagem que reúne pequenos aplicativos dentro de um programa ou site.

K

KINDLE - O e-reader da Amazon deu a largada na corrida pelo novo suporte para livros digitais.

L

LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO-  É o conjunto de comandos e códigos que constroem programas e sites. Alguns exemplos: HTML, JavaScript, Flash, etc.

LOL - Sigla para Laughing Out Loud, ou rindo bem alto. Equivale a dar uma gargalhada.

LCD-  Sigla em inglês para tela de cristal líquido, usada em TVs e monitores finos.

LED - Sigla em inglês para diodo emissor de luz, também é como se batiza monitores ou TVs que usam tecnologia.
M

MOBILE - Termo em inglês para portátil.

MASHUP - É o que acontece quando dois programas – ou duas músicas – se misturam numa só.

METADATA-  É o dado do dado: informações atreladas a um arquivo, como nome do autor, data da criação, geolocalização.

MÍDIAS SOCIAIS-  Redes sociais passaram a ser utilizadas como mídias e por qualquer um.

MÍDIA COLABORATIVA - Dá para ser autor de uma obra com vários autores, sem ter contato com eles, ao mesmo tempo em que todos escrevem (e editam)? Claro que dá!

N

N00B - O termo, escrito com zero no lugar do “O”, vem de newbie: novato ou inexperiente.

NUVEM - Programas e dados podem ser guardados online, ou “na nuvem”. Como se diz.

O

OLD - Sabe quando mandam um vídeo ou link que você já viu? Se quiser tirar sarro, é só responder: OLD

OPEN ID-  Sistema de identificação que permite acesso vários serviços com apenas um login e senha

OPEN SOURCE - Programas de código-aberto, são gratuitos e podem ser alterados por qualquer um.

P
PEER-TO-PEER-  É o nome que se dá à troca de arquivos entre dois computadores, sem intermediários.

PENDRIVE - Pequeno e prático, ele matou os disquetes e os CDs graváveis.

PLASMA - É o terceiro tipo de tela para monitores planos e leva esse nome devido ao material que geram as imagens em movimento.

POSTAR - É  o verbo para designar quando qualquer coisa é publicada online (foto, vídoe, blog, tweets, etc,)

Q

QR CODE-  Espécie de código de barras feito para ser lido por câmeras de celular – geralmente faz o aparelho acessar um site específico.

R

RSS - Forma de acompanhar sites sem precisar entrar neles. As atualizações são reunidas no agregador, um leitor de RSS.

ROFL - Rolling on the floor laughling, ou rolando no chão de tanto rir: é um sjuper LOL.

REDE SOCIAL - Antes dela, se você quisesse achar alguém online, dependia da possibilidade de ele ter seu próprio site. Com as redes sociais, como o Orkut e o Facebook, todo mundo está online.

ROTEADOR - Aparelho que, ligado ao modem, redistribui a conexão de internet para outros computadores num mesmo ambiente.
S

STARTUP - Empresa recém-criada e ainda em busca de espaço no mercado da tecnologia, como o Foursquare.

SUBIR-  É quando você pega um arquivo do computador e o disponibiliza na internet. Também vale dizer upload.

SEO - Sigla para Search Engine Optimization: ações e truques que melhoram a posição de um site em um resultado de busca.

SCRIPT-  São comandos que executam funções específicas dentro de um site.

SISTEMA OPERACIONAL-  Software fundamental de qualquer computador, que faz que todas as placas e programas instalados funcionem. Exemplo clássico: Windows.

T

TAG - Ao pé da letra, é etiqueta. São termos que organizam o conteúdo na internet.

TUMBLR - É como se fosse um blog, mas com foco em republicar coisas legais que você viu online – é a mais fácil de usar.

TWITTER-  Um blog para posts curtos, uma rede social ou uma nova mídia? Os três!

U

URL - É o endereço do site, o que você escreve na barra co navegador.

USB-  É aquela entrada que tem a ponta retangular. USB é sigla para porta serial universal, em inglês.

V

VIRAL-  Quando um vídeo, link ou foto parece que se espalha sozinho na web, ele virou um viral.

VOIP - Programas que permitem usar a web como telefone.

W

WEB -      2.0 – é a web social, que todos produzem.          
                 3.0 – web semântica, nela, conteúdo de diferentes sites interagem entre si e com o usuário.

WIDGET-  Aplicativo instalado em outro programa para fazer funções específicas.

WIKI - Linguagem que permite a criação coletiva e colaborativa.

WTF - Para comentar coisas absurdas e incompreensíveis.

X

XXX - Classificação da indústria do cinema para filmes com cenas de nudez, foi adotada pela indústria pornô para deixar claro que há sexo explícito. Se o site tem três “X”, já sabe.

Y

YOU TUBE - O site do Google é o maior repositório de vídeos do mundo.

Z

.ZIP - Arquivo que contém outros arquivos, compactados para aproveitar melhor o espaço e facilitar as transferências.

A BELEZA DOS PÁSSAROS EM VOO (PARTE II)
Rubem Alves

Aves transformadas em mistérios, palavras configuradas como gaiolas.
Tentar descrever os grandes enigmas da vida torna a experiência menos bela.

Desviei-me de uma das mais influentes escolas da Teologia contemporânea que, sob a inspiração da espiritualidade do martírio, só tinha olhos para a coroa de espinhos, para os cravos e para as feridas, e não tinha olhos para a flor.
Assim, abandonei as inspirações éticas e políticas da Teologia - justificação pelas obras - e deixei-me levar pela felicidade estética - justificação pela graça. Alegria para os olhos, alegria para o corpo. Deus, em oposição aos seus adoradores, que fecham os olhos para vê-lo melhor, abre os seus e se alegra. O ato de ver é uma oração. O visível é o espelho onde Deus aparece refletido sob a forma de beleza. Deus é um esteta.
A literatura me chegou sem que eu esperasse, sem que eu preparasse o seu caminho. Chegou-me através de experiências de solidão e sofrimento. A solidão e o sofrimento me fizeram sensível à voz dos poetas. A decisão foi tomada depois de completar quarenta anos: não mais escreveria para os meus pares do mundo acadêmico, filósofos ou teólogos. Escreveria paraa as pessoas comuns. E que outra maneira existe de se comunicar com as pessoas comuns senão simplesmente dizer as palavras que o amor escolhe?
Toda alma é uma música que se toca. Quis muito ser pianista. Fracassei. Não tinha talento. Mas descobri que posso fazer música com palavras. Assim, toco a minha música...Outras pessoas, ouvindo a minha música, podem sentir sua carne reverberando como um instrumento musical. Quando isso acontece, sei que não estou só. A poesia revela a comunhão.
O que faço é tentar pintar com palavras as minhas fantasias - imagens modeladas pelo desejo - diante do assombro que é a vida. Se o Grande Mistério, vez por outra, faz ouvir sua música nos interstícios silenciosos das minhas palavras, isso não é mérito meu. É graça. Esse é o mistério da literatura: a música que se faz ouvir, independentemente das intenções de quem escreve.
Escrevi, faz muitos anos, uma estória para minha filha de quatro anos. Era sobre um Pássaro Encantado e uma Menina que se amavam. O Pássaro era encantado porque não vivia em gaiolas, vinha quando queria, partia quando queria...A Menina sofria com isso, porque amava o Pássaro e queria que ele fosse seu para sempre. Aí ela teve um pensamento perverso: "Se eu prender o Pássaro Encantado numa gaiola, ele nunca mais partirá, e seremos felizes, sem fim..."E foi isso que ela fez.Mas aconteceu o que ela não imaginava: o Pássaro perdeu o encanto. A Menina não sabia que, para ser encantado, o Pássaro precisava voar...
Dei-me conta de que essa estória é uma paróbola da Teologia. Existe sempre a tentação de prender o Pássaro Encantado, o Grande Mistério, em gaiolas de palavras. O poeta é aquele que ama o Pássaro em voo. O poeta voa com ele e vê as terras desconhecidas a que o seu voo leva. Por isso não há nada mais terrível para um poeta que ver um Pássaro engaiolado. Daí que ele se dedique, hereticamente, à tarefa de abrir as portas das gaiolas, para que o Pássaro voe. E é por isso que escrevo: pela alegria de ver o Pássaro em voo.
Somente na velhice nos reencontramos com a infância. Creio que essas coisas que escrevo são uma tentativa de recuperar a felicidade perdida da minha infância. Agora, na velhice, experimento a alegria de ver muitas gaiolas vazias. E a alegria de ver os pássaros em voo. Mas há uma trsiteza. Sinto-me como Ravel, que, ao ver aproximar-se o fim, dizia, num lamento: "Mas há tantas músicas esperando ser escritas!" 
A BELEZA DOS PÁSSAROS EM VOO (PARTE I)
Rubem Alves

De encontro com a religiosidade, percebemos que a beleza está nos mínimos detalhes do nosso planeta, pois tudo se resume a imagem e semelhança de Deus.

A literatura é um processo de transformações alquímicas. O escritor transforma sua carne e o seu sangue em palavras e diz aos seus leitores: "Leiam! Comam! Bebam! Isso é a minha carne! Isso é o meu sangue!" A experiência literária é um ritual antropofágico. Antropofagia não é gastronomia. É magia. Come-se o corpor de um morto para se apropriar de suas virtudes.
Não é esse o objetivo da eucaristia, ritual antropofágico supremo? Come-se e bebe-se a carne e o sangue de Cristo para se ficar semelhante a Ele. Eu mesmo sou o que sou pelos escritorers que devorei...E, se escrevo, é na esperança de ser devorado pelos meus leitores.
Foi longo o itinerário que segui. Minha infância foi uma infância feliz. Vivi anos de pobreza, mas não tenho desses anos nem uma memória triste. As crianças ficam felizes com pouca coisa. Não era preciso dizer os nomes dos deuses nem eu os sabia. O sagrado aparecia, sem nome, no capim, nos pássaros, nos riachos, na chuva, nas árvores, nas nuvens, nos animais. Isso me dava alegria! Como no paraíso...No paraíso a beleza é a face visível de Deus.
Foi minha mãe quem primeiro me falou de Deus. Ensinou-me a orar ao ir para cama. Há a morte, o terror que no escuro nos espreita. Há uma alma que sobrevive à morte e vai para algum lugar. Há um Deus que é o senhor do mundo depois da morte. Meu sentimento foi medo. Rompia-se a felicidade paradisíaca. Será o medo o início da religião? Medo da morte. Medo de abandonar este mundo luminoso!
Do inferno nunca tive medo. Talvez tenha sido essa a razão por que nunca consegui ser ortodoxo. Pois o fato é que o inferno é a base sobre a qual a Teologia Cristã se construiu - exceção feita aos místicos. A Teologia Cristã tradicional é um pião enorme que gira sobre essa aguda ponta de ferro chamada inferno. Mesmo quando se faz silêncio sobre ele, é ele que mantém o pião relando: quem está em cima do pião que roda não pode ver a ponta de ferro que torna possível o seu giro. Sem essa ponta, o pião para de girar e cai. Pois Cristo não morreu na cruz para nos salvar do inferno, como reza a Teologia Ortodoxa?
Incoscientemente nunca acreditei que Deus pudesse lançar uma alma ao inferno por toda a eternidade. É crueldade demais! E também nunca fui atraído pelas propaladas delícias do céu. Para dizer a verdade, não conheço nem uma pessoa que esteja ansiosa por deixar as pequenas alegrias desta vida para gozar eternamente a felicidade celestial perfeita. As pessoas religiosas que conheço cuidam bem da saúde, controlam o colesterol, a pressão, a glicemia...Elas querem continuar por aqui. Não querem partir.
Esta alegria de viver me faz encontrar Deus a passear pelo jardim ao vento fresco da tarde. Como eu, Deus prefere as delícias deste mundo material às delícias espirituais do céu. É claro que, se Ele estivesse feliz nos céus, não teria criado a terra. Pois Deus, segundo os teólogos, em virtude de sua perfeição, não pode criar o pior. Faz sempre o melhor. Assim, o paraíso tem de ser melhor que os céus que já havia. E Deus gostou tanto da terra e de seus jardins que resolveu para ela se mudar em definitivo e se encarnou eternamente. Deus ama a vida sobre a terra, mesmo com a terrível posssibilidade de morrer. Porque a vida é bela a despeito de tudo.




REAÇÃO À FÉ
O cérebro humano potencializa o efeito da oração, segundo últimos estudos.Os dados apontam que, ao se deixar seduzir pela oração de uma figura carismática, a pessoa tem áreas do cérebro responsáveis pelo ceticismo e vigilância menos ativas. O estudo analisou a resposta das pessoas a orações proclamadas por alguém que supostamente possui poderes de cura divina. Realizado pela Universidade de Aarhus, na Dinamarca, os pesquisadores utilizaram ressonância magnética funcional no cérebro de 20 pentecostais e 20 não crentes, enquanto tocavam orações gravadas. Os voluntários foram informados de que seis orações foram lidas por um não cristão, seis por um cristão comum e seis por um curanderio. Entretanto, todas eram lidas por um cristão comum. A atividade cerebral mudou apenas nos voluntários devotos, em resposta às orações. Partes do córtex pré-frontal e do córtex cingulado anterior, que desempenham papeis fundamentais de vigilância e ceticismo ao julgar a verdade e a importância do que as pessoas dizem, foram desativadas enquanto as orações ouvidas eram dos supostos curandeiros.  
(Ciência & Vida - Psique. Ano V nº 55)

FELICIDADE À MODA ANTIGA


ESTOICISMO (300 a.C.)- Escola filosófica fundada por Zenon de Cítio, batizada segundo o local onde era ensinada, a Stoa Poikile (pórtico colorido) em Atenas. Segundo a ética estoica, a verdadeira felicidade (eudaimonia) resulta de uma vida em harmonia com a natureza e com a razão humana. Justiça, coragem e autocontrole são consideradas virtudes fundamentais. A ética estoica estava em constante conflito com a doutrina do prazer dos epicuristas.
EPICURO (321 – 271 a.C.) – Fundou em Atenas, em seu próprio jardim, uma escola filosófica cujo objetivo principal era refletir como aproveitar a vida da melhor maneira possível. Segundo ele, a mais alta felicidade consiste em uma vida plena de prazer e alegria, sem dor, medo e inquietação.
ARISTÓTELES (384 – 322 a.C.) – Discípulo de Platão. Em sua obra mais famosa, Ética a Nicômaco, descreveu a felicidade como a concretização de virtudes racionais: diferentemente do que ocorre com outros bens, o homem anseia pela felicidade por ela mesma. Para ele, o objetivo de toda ação deveria ser uma vida em conformidade com as virtudes da razão – e, portanto, o bem-estar não seria um estado de espírito, mas uma atitude.
CÍNICOS (400 a.C.) – Embora o termo "cinismo" tenha chegado aos dias de hoje de forma desvirtuada, caracterizando de maneira pejorativa as pessoas indiferentes ao sofrimento alheio, esta escola filosófica pregava essencialmente o desapego aos bens materiais e externos, a autossuficiência e a ausência radical de ideais. O grupo foi criado por Aristóteles e se reunia no ginásio Cinosarge, no subúrbio de Atenas.
(Mente e Cérebro. Ano XVII. nº210)

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