segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eu estive lá.

Roberto Perche de Menezes

Estive lá quando os tempos tiveram início e nada era como é agora.
A luz era embaçada e difusa.
Não se A via concentrada em parte alguma.
Estive lá onde tudo começou. E acompanhei sua evolução.
Vi a luz se dividindo. E subdividindo. E A vi individualizando-se e individualizada.
Eu estava lá e vi quando Ela foi encoberta pelas fogueiras das vaidades. Fogueiras
 fátuas, transitórias, mercuriais.
E A vi presa na matéria insolente que se movia.
Eu estive lá e presenciei a multiplicação da matéria, que se achava superior à sua
Fonte interior.
Eu estava lá quando a matéria definhou, as carnes desprenderam-se dos ossos e
 o pó ao pó retornou, pois dele viera.
Eu vi quando a Luz liberta ressurgiu luminosa, intensa, como nunca me fora dado
Vê-la. E veloz e mansa encaminhou-se para a sua Origem Primordial, pois que
a Luz torna a Quem a deu.
E as matérias, e suas falsas glórias, e suas vaidades vazias, e suas disputas tolas
por poderes passageiros, e seus esforços por belezas efêmeras. . . . . . . foram-se.
De ida sem volta.
Eu estive lá e vi o fim desses tempos materiais.
Eu estava lá, e vi quando a Luz retornou. . . . . . .



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