quinta-feira, 26 de novembro de 2009

AS 10 DÚVIDAS MAIS COMUNS


"Eu o amo" x " Eu lhe amo" - Os oblíquos a, o e lhe se referem à 3ª pessoa do discurso e funcionam como complemento do verbo. Os a e o exercem a função de objeto direto. Já o lhe é objeto indireto. A declaração de amor pede o oblíquo a ou o: "eu o amo", pois "amar" é transitivo direto. Convém usar lhe em frases como: "eu lhe disse" (disse a ele).

"Eu o avisei que faltarei" X "Eu o avisei de que faltarei" - Atenção com verbos transitivos diretos e indiretos, pois solicitam dois complementos: um preposicionado (lhe) e outro, não (o,a): "Eu o avisei de que faltarei"; "eu lhe avisei que faltarei". Ao usar o oblíquo o, o segundo complemento apresenta preposição; com lhe, não apresenta preposição.

 "Para mim fazer" X "Para eu fazer" – O pronome reto "eu" funciona como sujeito de oração, e o oblíquo "mim", como objeto. A escolha dependerá da função deles na frase:
"Este trabalho é para eu fazer?: "eu" é sujeito da forma verbal "fazer"
"É fácil para mim fazer o trabalho": o sujeito é oracional: o que é fácil? Fazer o trabalho. Cabe, então, "mim". Em ordem direta: "Fazer o trabalho é fácil para mim".

"Entre mim e ti" X "Entre eu e você" – Os oblíquos tônicos (mim, contigo, comigo, consigo, si, conosco e convosco), são usados após preposição ("de mim a você") e os retos (ele, ela) funcionam como complemento quando preposicionados ("elas lutam contra ele"). Portanto, as construções-padrão são "entre mim e ti"; "entre mim e você".

"Deixa eu falar" X Deixe-me falar" – "Deixar", "fazer" e "mandar" são, em certas construções, auxiliares indicadores de causa: "Deixar alguém falar". Como "alguém" exerce função de sujeito da forma verbal "falar" não há problema no uso do "eu". Mas "alguém" é objeto direto de "deixar". Isso inviabiliza o uso do pronome reto; muitos optam pelo oblíquo "me": "Deixe-me falar", "deixa-os falar".

"Uma sociedade onde prevaleça a transgressão X "Uma sociedade em que prevaleça a transgressão" – O pronome relativo introduz uma oração adjetiva e retoma um antecedente. "Onde" remete à ideia de lugar. "Sociedade" não expressa tal noção; "onde" não se aplicam daí usar "em que"; "na qual". Não basta trocar "onde" pelos relativos "que" e "qual", mas adotar a preposição solicitada por "prevalecer". É comum a omissão da preposição ao usar-se relativos: "Esta é a cidade em que moro".

"Eu penteei os meus cabelos X "Eu penteei os cabelos"– Em construções como "O jogador quebrou a perna" não há necessidade de pronome possessivo, pois a idéia de posse é clara. O pronome configuraria redundância. Por isso, "eu penteei os cabelos", "Pedro recuperou a memória". É possível substituir o possessivo pelo oblíquo em construções como "Aquela mulher beijou-me a boca"; "Eu roubei-lhe um beijo".

"Este é seu problema" X "Esse é seu problema" - "Este" indica algo próximo do falante ou que será mencionado: "Esta caneta que estou usando é boa"; "Este é seu problema: preguiça". "Esse" indica algo que esteja próximo com quem se fala ou aquilo que foi mencionado: "Essa caneta na sua mão é azul?"; "Preguiça: esse é o seu problema". Para falar de seres já citados, usa-se "este" para o último e "aquele" para o primeiro.



"Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo (X "ele") está parado no andar" – "Mesmo" exerce a função de demonstrativo. Mas é comum o uso inadequado como pronome pessoal, talvez provocado pela contaminação de expressões como "Fiz meu trabalho depressa, já ele não fez o mesmo". Não é possível substituir "o mesmo" por "ele" nesta construção. Mas é o que se recomenda: "Antes de entrar no elevador, verifique se ele......"



"Você fez o que eu te pedi?" X "Você fez o que eu lhe pedi?" – Quando se quer garantir a uniformidade de tratamento, substitui-se o pronome oblíquo de 2ª pessoa "te" pelo oblíquo "lhe" ou substitui-se "você" por "tu": "Você fez o que lhe pedi?" ou "Tu fizeste o que te pedi?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
Lins, São Paulo, Brazil
Uma pessoa comum...