segunda-feira, 23 de agosto de 2010


10 ERROS DE PORTUGUÊS QUE ACABAM COM QUALQUER ENTREVISTA DE EMPREGO
Deixei meu emprego porque houveram algumas dificuldades na empresa em que eu trabalhava
HOUVE dificuldades. Haver, no sentido de existir, é impessoal e não admite flexão. Nunca, em hipótese alguma.
Ela estava meia ameaçada de falência
MEIO ameaçada. Os advérbios são invariáveis. Não têm, portanto, concordância de gênero.
Inclusive o chefe reteu meu último pagamento.
O chefe RETEVE: "reter" deve seguir a conjugação do verbo do qual é derivado, "ter".
Aliás, estudei na mesma faculdade aonde o senhor deu aula.
ONDE o senhor deu aula: aonde (a+ onde) só cabe depois de verbos que indicam movimento. Por exemplo, "fui aonde o senhor me mandou'".
Segue anexo aqui, com meu currículo, dois trabalhos que fiz.
Seguem anexos, porque são dois trabalhos: cuidado com a concordância verbal (seguem dois) e também com a concordância nominal (trabalhos anexos)
Agora, já fazem cinco anos que trabalho nesta área.
Faz cinco anos: quando o verbo "fazer" indica tempo, ele é sempre impessoal – faz um ano, e faz cem anos.
Mas não terminei o curso por causa que decidi seguir outra carreira.
Porque decidi: "por causa que" é mais do que errado – nem sequer existe.
Espero que eu seje aprovado. Preciso de trabalhar.
Dois erros inadmissíveis de uma vez só. O primeiro é a conjugação "seje", que não existe no português. Espero que eu seja aprovado é o correto. O outro erro grave é de regência. "Precisar" é um daqueles verbos cheios de truques: conforme o significado, requer ou dispensa preposição. No sentido de ter necessidade e seguido de verbo no infinitivo, ele não aceita preposição: preciso trabalhar.
Tenho certeza de que , se eu dispor de uma boa equipe poderei trazer mais cliente para a companhia.
Se eu dispuser é o correto. Como no item 3, os verbos derivados de "ter", "vir" e "pôr" não podem ser conjugados de forma regular. Por exemplo: se ele vier, jantaremos. E, se eu intervier, essa briga vai acabar.
Qualquer coisa que passem para mim fazer, eu entrego no prazo.
Para eu fazer: antes de verbo, nunca se usa pronome oblíquo. Só o pessoal é permitido.
(Veja. Ano 43. Nº32. 11 de agosto de 2010)

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