VINICIUS DO AMOR DEMAIS
"...Resta esse constante
esforço para caminhar
dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se
depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio
no fio da navalha
Essa terrível coragem
diante do grande medo,
e esse medo
Infantil de ter pequenas
coragens."
(O Haver, Vinicius de Moraes)
Quando compôs seu primeiro samba, em 1953, Quando Tu Passas por Mim, em parceria com Antônio Maria, Vinicius de Moraes já havia sido nomeado vice-cônsul em Los Angeles e estava de partida para Paris a fim de assumir o cargo de segundo-secretário da embaixada brasileira.
Já havia publicado cinco livros de poesia e fazia crítica de cinema e literatura em jornais e revistas quando inscreveu a peça Orfeu da Conceição no concurso de teatro do IV Centenário de São Paulo (1954). Venceu. Depois dali, começou a desenhar a cara do poeta que não cansamos de cantar. Montada em 1956, Orfeu teve cenografia de Oscar Niemeyer e música de Tom Jobim. Foi levada ao cinema por Maciel Camus e ganhou o Festival de Cannes de 1959 com Orfeu do Carnaval.
Vinicius trabalhava na embaixada do Brasil no Uruguai quando Elizeth Cardoso lançou o LP "Canção do Amor Demais", em que figuravam algumas parcerias Tom/Vinicius, entre elas Chega de Saudade, com João Gilberto ao violão.
É uma injustiça que se comete com Vinicius chamá-lo "poetinha". O Vina é poetaço, epíteto brasileiro para a palavra amor, romântico irrecuperável.
(Marcílio Godoi - Língua Portuguesa - Ano 5 nº 63. jan.2011)
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