quinta-feira, 26 de novembro de 2009
A origem popular de expressões brasileiras
AS 10 DÚVIDAS MAIS COMUNS
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
TUITADAS QUE GOSTARÍAMOS DE LER
. Kafka – O Twitter me faz sentir como um inseto repugnante #nojinho
. Fernando Pessoa - #followfriday @albertocaeiro @alvarodecampos @ricardoreis @bernardosoares
.Jorge Luis Borges – O Twitter é um jardim de caminhos que se bifurcam
.Melville – Chama-me de Ismael_Moby123
.Carlos Drommond de Andrade – Tinha um Twitter no meio do caminho. No meio do caminho tinha um Twitter.
. Mário de Andrade – Ai, que preguiça do Twitter
. Machado de Assis - @verme Ao primeiro que roeu minhas tripas dedico este Tweet
. Nietzsche – O Twitter está morto.#cansei
. Antoine de Saint-Exupéry – Você é responsável por aquele a quem retribuiu o follow.#mimimi
. Clarice Lispector – Não se preocupe em entender. Twittar ultrapassa qualquer entendimento
. Nabokov – follow Lolita.
(fonte:www.livrosafins.com – Revista Língua Portuguesa – Ano 4 . nº 49. Nov.2009)
QUEBRE-CABEÇA CLÍNICO
Nem toda demência é Doença de Alzheimer. Existem várias composições de sintomas diferentes
dependendo da forma de demência considerada. Quando estamos diante de um paciente idoso cuja
manifestação mais importante é a alteração de memória, torna-se obrigatório pensarmos na doença de Alzheimer,
caracte4rizada por comprometimento precoce do sistema límbico.
Quando o sintoma mais saliente é a lentidão do processamento cognitivo, devemos lembrar das demências subcorticais,
aquelas encontradas na doença de Parkinson, na doença de Huntington ou ainda na demência causada pela AIDS.
Por outro lado, quando as alterações de comportamento se destacam num cenário de preservação de outras funções cognitivas
como memória e funções visoespaciais, impõem-se o diagnóstico de demência frontotemporal.
Nos casos em que o distúrbio de linguagem aparece precocemente e constitui a síndrome mais marcante,
dominando o conjunto de sintomas, pode-se pensar nas afasias primárias ou em alguns subtipos mais
raros da demância frontotemporal ou da doença de Alzheimer. Se o destaque for a incapacidade de efetuar determinados
sob comando (apraxia) ou de reconhecer e distinguir estímulos sensoriais (agnosias), deve-se contemplar o diagnóstico
de doença de Alzheimer, bem como degeneração corticobasal, doença de Pick e outras síndromes degenerativas focais,
como apraxia progressiva dos membros, dispraxia orofacial e atrofia cortical posterior. Já quando a síndrome visoespacial
domina, ou pelo menos se destaca no cenário neuropsicológico, há que se considerar os diagnósticos de doença de Alzheimer
e atrofia cortical posterior.
Fica claro que o diagnóstico clínico será "montado", entre outras coisas, com base na síndrome neuropsicológica mais saliente
em cada caso, isto é, na padrão cognitivo que caracteriza o perfil de cada demência. É preciso levar em conta, entretanto,
que esta formulação é eficiente apenas quando examinamos ou temos acesso à história do paciente no início de sua doença,
quando o conjunto sintomático está mais puro e mais claro. À medida que o processo degenerativo cerebral avança, outras áreas serão comprometidas, de modo que muitas síndromes convivem no mesmo indivíduo. É isso o que ocorre em quase todas as demências em fase terminal, quando então todas se parecem e o diagnóstico diferencial tona-se impossível.
(Leonardo Caixeta- Revista Mente & Cérebro – nº 21- Edição Especial
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
ADJUNTOS ADVERBIAIS | |
Acréscimo = Além da tristeza, sentia profundo cansaço. |
Afirmação = Isso realmente aconteceu.
|
Argumento = Chega de brigas. Basta de incompetência. |
Assunto = todas falavam sobre gramática.
|
Causa =Consumia-se de tédio. |
Companhia = Vou sair com você
|
Comparação =Ela fala como um inspirado |
Concessão = Apesar do temporal, chegamos bem.
|
Condição = Não saiam sem meu consentimento. |
Conformidade = É preciso dançar conforme a música.
|
Direção = Apontou para o alto. |
Dúvida = Talvez ele volte para mim.
|
Efeito = Sua atitude redundou em prejuízos. |
Exclusão = Todos partiram, menos ela.
|
Favor, interesse = Daria a própria vida por ela. |
Finalidade = Estudou para professor.
|
Frequência = O noivo ali apareceu duas vezes. |
Instrumento = Cortou-se com a faca.
|
Intensidade = Comeu muito. |
Limite = A estrada vai até Belém.
|
Lugar onde (situação)= Moro em Mauá. |
Lugar aonde (direção) = Viajei para Los Angeles.
|
Lugar donde (origem) = Venho de Salvador. |
Lugar por onde (passagem) = Voltei pela Rodovia dos Bandeirantes.
|
Matéria = Este prato é feito de porcelana. |
Meio = Voltarei de avião.
|
Modo = Correu desesperadamente. |
Negação = Não irei.
|
Oposição = Agiu contra o próprio pai. |
Ordem = Classificou-se em segundo lugar.
|
Preço = Vendeu tudo por pouco dinheiro. |
Reciprocidade = Há muita compreensão entre mim e ela.
|
Substituição ou troca = Deu um automóvel por um terreno. |
Tempo = A gente não devia crescer nunca
|
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
O CACHORRO QUE VIROU SALSICHA
E ainda é, certamente, o idioma estrangeiro mais influente no Brasil.
Para evitar uma lista imensa, fiquemos com dois exemplos muito interessantes
sobre a absorção sonora que fizemos de algumas expressões desse idioma:
Hot dog – traduzido literalmente como "cachorro quente",
essa palavra deu origem ao perambulante "dogão".
Por falar nisso, hot dog é mais uma das muitas expressões estadunidenses cuja origem é incerta.
O dicionário Houaiss aponta, nessa acepção, a primeira ocorrência registrada em 1900,
e sugere "provavelmente por compara cão da forma da salsicha à de um bassê".
Mas existem outras hipóteses: T.A.dorgan, cartunista americano, teria criado uma charge
em que comentaria ter sido uma "linguiça feita de carne de cachorro".
Além dessa história, datada e situada (1900, no New York Journal), há indícios de que a expressão
teria vindo de canções populares, como a sugerida por Barry Popik, da American Dialect Society:Oh where oh where hás my little dog gone?
Oh where oh where can He be?
Now sausage is good, baloney, of course
Oh wherw oh where can he be?
They make them of dog, they make them of course
I think they made them of he.
(Quicar – do Inglês kick out: "chutar". Aliás, já que Inglês é o assunto, essa língua
é ainda mais rica do que a nossa em falsas etimologias. Kick, por exemplo, de origem incerta,
poderia ter vindo de kikna (do dialeto viking), ou seria a representação
onomatopaica do barulho do pé ao chutar algo.
O mesmo já se falou sobre step ("passo"), cuja raiz além de poder ser o barulho do passo,
também pode ter relação com stop e steppan. Assim como knock, ("bater"), que poderia tanto vir
do antigo saxão cnucian como do "barulho da mão ao bater na madeira".
Oh, Onde el epode estar?
Agora a salsicha é gostosa, claro!
Oh! Onde el epode estar?
Eles a fazem de cachorro, eles a fazem de cavalo,
Eu acho que eles a fizeram dele.)
sábado, 26 de setembro de 2009
O sentido dos tempos verbais
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
ENCAIXE PERFEITO
ENCAIXE PERFEITO
LETRA E MÚSICA |
Carinhoso é exemplo de como a letra pode acompanhar de perto a emoção da música, dando a impressão de que foram compostas ao mesmo tempo. Numa canção, letra e música são canais simultâneos de expressão e se influenciam. A música é abstrata; sugere e produz emoções, mas não diz nada diretamente. A letra tem sentido imediato, descreve ações e pensamentos, expõe ideias, evoca imagens. É comum que a música sugira uma coisa e a letra diga algo diferente. Isso tanto pode ser recurso expressivo como defeito, incapacidade de expressão do(s) autor(es). Carinhoso mostra que a dificuldade de fazer letra para música já pronta não é a dificuldade técnica de fazer as sílabas poéticas coincidirem com as notas musicais, e sim a de produzir um texto cuja ressonância emotiva esteja de antemão contaminada por elementos externos ao texto. É mais freqüente encontramos letra e música que se toleram do que as que se harmonizam. |
O VÍCIO QUE DOI NO OUVIDO
ARCAÍSMO | Uso de termos antiquados ("Encontre, por obséquio, minhas chaves"). |
AMBIGUIDADE | Quando o sentido não fica claro, com enunciado com mais de um sentido ("O pai o filho adora" = quem adora quem?) |
BARBARISMO | Erros no uso das palavras: de pronúncia, grafia, morfologia, semântica e de estrangeirismos ("flamengo", "sombrancelha", "sale em vez de "à venda" ). |
CACÓFATO | Sequência de palavras que provoca o som de uma expressão ridícula ou obscena ("Por razões de Estado"). |
COLISÃO E HIATO | Proximidade ou repetição, respectivamente, de consoantes e vogais iguais em uma sequência ("O salário da secretária sempre será pago na sexta-feira"). |
ECO | Repetição da mesma terminação em prosa ("O acesso dado ao processo do réu confesso foi um retrocesso jurídico"). |
PRECIOSISMO | Linguagem pretensamente culta. |
PLEBEÍSMO | Uso de gírias ou termos que demonstram falta de instrução ("tipo assim", "a nível de "). |
TAUTOLOGIA | Repetição desnecessária da ideia ("Iphan restaura velho casarão"; "Governo cria novos empregos") ou termo já pronunciado (subir para cima, surpresa inesperada, acabamento final). |
SOLECISMO | Desvios na construção sintática, de concordância, regência e colocação ("Viajar anexo", no sentido de viajar "ao lado de alguém"; "Fazem dias que viajei", contém erro de concordância). |
Leonardo Fuhrmann
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
COMO CRIAR UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
- Abluciomania = lavar as mãos
- Algomania = sofrimento
- Antomania = contar pessoas ou objetos
- Clastomania = quebrar objetos e rasgar roupas
- Dacnomania = order a si mesmo e aos outros
- Farmacomania = tomar remédios
- Gamomania = casar
- Glossomania = falar muito
- Grafomania = escrever e rabiscar
- Hieromania = frenesi religioso
- Oneomania = comprar coisas inúteis
- Onomatomania = busca ou repetição de palavras
- Xenomania = coisas estrangeiras
(Revista Língua Portuguesa . Ano 3.n°44.junh2009)
...palavrinhas mágicas, capazes de fazer os sentidos se aguçarem e os olhos se arregalarem, à espera de episódios que nos arrepiem a alma: assim são as histórias desde os tempos mais remotos. Ficções nos ajudam a desvendar mundos - tanto externos quanto internos -, a domar o medo do desconhecido e a desenvolver elaborações psíquicas que contornam as emoções com palavras.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
SINTAXE
QUÊ DA QUESTÃO
O escritor Coelho Neto deixou-nos esta pérola: “A mais bela coragem é a confiança que devemos ter na capacidade do nosso esforço”.
O pronome relativo “que” refere-se ao termo antecedente “confiança” e funciona como objeto direto (Devemos ter confiança...). Consoante a gramática normativa, os pronomes relativos referem-se a um antecedente (geralmente substantivo ou pronome).
Todo pronome relativo possui função sintática, fazendo parte, por conseguinte, de um estudo de morfossintaxe.
É conhecido o adágio “Nem tudo o que reluz é ouro”, no qual o pronome relativo “que” refere-se ao pronome demonstrativo o e funciona como sujeito (Aquilo que reluz). O antecedente do relativo “que” (considerado universal) pode ser pessoa ou coisa: “...um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu” (Machado de Assis, Dom Casmurro). No exemplo, o “que” funciona como objeto direto. )Eu conheço um rapaz).
1. O QUAL
Como puro pronome relativo, o “qual” só se usa precedido do artigo definido: “Tinha havido alguns minutos de silêncio, durante os quais refleti muito e acabei por uma ideia. (Machado de Assis, Dom Casmurro); Aqui, referindo-se à expressão “alguns minutos de silêncio”, o relativo “os quais” funciona como adjunto adverbial de tempo. Emprega-se também “o qual” (e flexões) para evitar o duplo sentido: “Visitei o filho da vizinha ‘o qual’ se queimou com fogos”. Tem função de sujeito. Se usarmos aí o relativo “que”, não saberemos ao certo quem se teria queimado, se o filho ou a vizinha. Com frequência, usa-se “o qual” com palavras (preposição, pronome) de duas ou mais sílabas: “A felicidade é sentimento para a qual todos apelam, quando já não há possibilidade de alcançá-la”, em que o relativo funciona como objeto indireto. (Todos apelam a um sentimento).
2. ONDE
“Minha terra tem palmeiras
Onde sopra o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte.”
Nesse excerto de Tropicália 2, composição musical de Torquato Neto e Gilberto Gil, evidencia-se a intertextualidade coma Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. O pronome relativo “onde” aparece normalmente com antecedente locativo. Aqui, “onde” refere-se aos antecedentes “minha terra”/”palmeiras”, com função de adjunto adverbial de lugar.
3. COMO
“Não há coisa que demonstre de maneira mais decisiva o caráter de um homem do que a maneira como trata as mulheres.” (Herder). O pronome relativo “como” tem sempre as palavras “modo”, ‘maneira” ou “forma” como antecedente e equivale a “pelo qual” (ou flexões). No pensamento de Herder, funciona como adjunto adverbial de modo. O primeiro “que” refere-se ao substantivo antecedente “coisa” e funciona como sujeito; o autor formou um símile com “do que” – expressando relação de comparação, porém sem função sintática.
4. QUEM
No português contemporâneo, o pronome “quem” só se refere a pessoas e sempre aparece regido de preposição: “Aquele é o presidente a quem mais admiro.”
Como o verbo “admirar” é transitivo direto, o relativo “a quem” funciona como objeto direto preposicionado.
5. CUJO
“Cujo” é um relativo que sempre correlaciona algo possuído (consequente) a um possuidor (antecedente). Emprega-se apenas como pronome adjetivo e concorda com o consequente em gênero e número: “Xadrez é um jogo cujas regras nunca compreendi”, em que o pronome “cujas” funciona como adjunto adnominal.
Vem precedido de preposição sempre que a regência do verbo ou nome o exigir: “Aquilo é o qjue sobrou do prédio de cuja implosão não me lembro”. (Eu não me lembro da implosão do prédio.)
Neste caso, o verbo lembrar-se rege preposição “de”, e o relativo “cuja” exerce a função de complemento nominal.
Fiquemos com a beleza dos versos de Antonio Nobre:
“Convento d’águas do Mar,
ó verde Convento
Cuja Abadessa secular é a Lua
E cujo Padre-capelão é o Vento...
O “que” de Camões
Nos versos da estrofe 118, Canto III, de Os Lusíadas, Camões usou duas vezes o pronome relativo “que”:
“O caso triste e digno da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que depois de ser morta foi Rainha”.
Muitos não entenderão o conteúdo caso não percebam, na inversão, que o 1º pronome refere-se a “caso”, funcionando como sujeito da oração subordinada adjetiva. No 2º caso, o pronome refere-se ao antecedente implícito “Inês de Castro”, funcionando como sujeito da oração subordinada adjetiva.
LUIZ ROBERTO WAGNER – Doutor em Letras pela UNESP de Araraquara e Professor Universitário.
(Revista – Língua Portuguesa. Ano 3. Nº 42. abr.2009. p.42)